Universidade
Federal de Goiás
Curso: Especialização
em Mídias na Educação
Acadêmico: Paulo
Roberto Ramos da Silva
Polo UAB:
Posse - Goiás
Orientadoras
Acadêmicas: Kiara Karizy e Shirley Vilela
Tutora
Presencial: Nair Vieira de Moura
Disciplina:
Mídias, Linguagens e Leitura Crítica
Atividade:
4
A
RELAÇÃO ENTRE DIMENSÃO ESTÉTICA, CONCEPÇÕES DE LINGUAGEM, SUBJETIVIDADE E
EDUCAÇÃO
Nos últimos tempos o desenvolvimento das novas
tecnologias tem levado as pessoas a lidar com um novo estilo de vida
interferindo inclusive na própria condição social e de convívio entre as
pessoas, estabelecendo de forma imperceptíveis novos valores culturais e modos
de pensar, fazer e viver das pessoas em geral. E isso faz aparecer um mundo
novo, intermediado pelo foco constante dos fatores artístico-visual ao firmar
que o parecer é mais importante que o conteúdo das ideias e dos enunciados.
Na literatura também é assim, pois o que se vê é a
substituição dos recursos impressos pelos recursos audiovisuais, o que força os
profissionais da área educacional a construir novos objetivos no ato de formar
cidadãos capazes de se superar coletivamente e estabelecer novas práticas
pedagógicas em uma estrutura educativa completamente mudada.
Assim, o processo de transformação cultural se
desenvolve com intenções de atingir o consumidor e obter lucros e a realidade
educacional no mundo capitalista também está voltada para o mercado de trabalho
e não tem mostrado mudanças quanto ao desenvolvimento de uma linguagem
artística realmente transformadora com conteúdo significativo que contemple a
realidade dos jovens estudantes.
Devido a isso é preciso repensar a dimensão estética
da linguagem para construir um saber voltado para a realidade do aluno e do seu
mundo ao desenvolver as práticas pedagógicas. Pois a arte bem trabalhada pode
desenvolver nas pessoas sentimentos mais elevados e aproximar mais as pessoas
para o convívio saudável em uma sociedade bastante individualista.
Isso é necessário para que o ensino se desprenda do
conteudismo e possibilite o despertar da inventividade para a produção criativa
de novos gêneros literários e artísticos, o que pode possibilitar novas
releituras do mundo a partir da visão inovadora dos alunos.
Nesse processo de criar e recriar através da
linguagem das obras artísticas e literárias vai se desenvolvendo o pensamento
do aluno para além da alienação e subjugação de outros saberes, ideologicamente
perpetrado pelos recursos midiáticos, bastante carregados de valores subjetivos
e intencionais.
O diálogo que se trava entre arte e literatura não
pode ser apenas estético, mas perpassa também pela ligação com os valores
históricos na perspectiva de relacionar o ontem com o hoje e assim estabelecer
conclusões para além do estabelecido pela indústria cultural e do valor puramente
mercadológico.
Segundo Vigotsky: (1999)
“a arte é um meio de equilibrar o homem com o mundo nos momentos mais críticos
e responsáveis da vida”.
Essa nova formação ideológica é necessária porque
propõe condições para o desenvolvimento intelectual dos jovens, fortalecimento
dos valores culturais, valorização dos princípios ético-morais ao propor aos
indivíduos reflexão de sua condição como seres planetários que se encontram
interligados pelas mesmas necessidades e condições existenciais.
Se não houver um direcionamento adequado para a
construção do saber certamente todas as pessoas continuarão sofrendo os danos
causados pelo processo de industrialização que o sistema capitalista tem
estabelecido no mundo há bastante tempo.
Segundo Eloíza Amália Bergo Sestito:
“Uma educação
estética que por meio da alfabetização dos códigos artísticos permita uma
formação emancipatória, ou seja, uma educação estética que permita o indivíduo compreender
as linguagens artísticas em seu dia a dia além de utilizá-las para agir na
sociedade e assim, possa produzir cultura, não apenas “consumir” ideologias.
Destarte o ensino da arte estará possibilitando a formação de sujeitos capazes
de desarmar as “armadilhas” ideológicas implícitas na comunicação mediática.”
Há que se considerar,
portanto, outras questões relevantes para a consecução de uma individualidade
autônoma, e para isso é preciso se atentar para o fato de que o envolvimento
nas diversas linguagens é necessário para o aprimoramento pessoal e
desconstrução de pensamentos contrários que envolvem os recursos tecnológicos e
suas mensagens.
Referências
Bibliográfica
BURGARELLI,
C.G. Implicação da escola com a literatura. In: PESSOA, J. de M. (Org.)
Literatura e educação no conto de Bariani Ortencio. Goiânia: Ed. PUC-GO/ Kelps,
2001.
CHARTIER,
Anne-Marie. Leitura e saber ou a literatura juvenil entre a ciência e ficção.
In: EVANGELISTA, A. A. M.; BRANDÃO, H. M. B.; MACHADO, M. Z. V. (Orgs.).
Escolarização da leitura literária, Belo Horizonte: Autêntica, 2.ª ed., 2001.
http://www.usp.br/prolam/downloads/2008_1_3.pdf em, 26/05/2012.